domingo, 12 de abril de 2009

O caminho do sábio é agir, mas não competir.



"Quando eu jogava futebol profissional, nunca procurei machucar ninguém deliberadamente - a não ser que fosse, você sabe, um jogo importante, como um jogo pela liga ou algo assim". Dick Dutkus



A maioria dos atletas aprecia a competição, mas está tão mergulhada nela que não consegue reconhecer seu "lado sombrio". Para equilibrar esse quadro, passarei mais tempo examinando os problemas da mente competitiva.



A competição compara seres humanos diferentes em arenas especializadas, traduzindo a totalidade dos seus esforços em resultados, tempos e medidas. A competição reforça as palavras polarizadas "ganhador, perdedor", como se o mundo fosse dividido em dois campos dependentes de habilidade do atleta.




A competição pode reforçar um modo simplista e maniqueísta de pensar e de considerar o mundo, pois a vitória é a única meta valorizada e a comparação com os outros voltada para determinar o nosso próprio valor relativo. O aprimoramente diário é, provavelmente, uma medida mais importante de realização do saber quem vence quem; mas os jogadores mais aprimorados raramente tem reconhecimento e glória.



"O caminho do sábio é agir, mas não competir" Lao Tsé




Kohn, psicologo diz que a competição pertuba os nossos relacionamentos pessoais porque "cada criança passa inevitavelmente a considerar os outros como obstáculos ao seu próprio sucesso. A competição leva as crianças a invejar os vencedores, a desprezar os perdedores e a suspeitar de todas as pessoas".




As concepções de Kohn são provocantes e representam uma nova alternativa evolutiva na maneira como conduzimos os assuntos humanos como indivíduos, como grupos e como nações.




A competição é, em última analise, uma atitude mental que advém da comparação do nosso desempenho com o de outras pessoas. A mente competitiva se manifesta em todos os aspectos da vida - entre parentes, parceiros, homens e mulheres. Em atividades como dança moderna, o balé ou pintura, encontramos pessoas ciumentamente competitivas. Steve Hug, um dos melhores ginastas americanos de todos os tempos, nunca competiu de fato contra ninguém, porque não tinha esse tipo de mentalidade. Ele simplesmente fazia o melhor que podia, com base em seus padrões de excelência, e não a partir dos de outrem. Por causa de sua abordagem, ele foi um dos mais concentrados atletas e um dos mais bem sucedidos competidores .




Ganhar ou perder muitas vezes depende de circunstâncias que pouco tem que ver com a capacidade relativa numa habilidade particular, podendo ser circunstâncias. O destino, a sorte e uma miríade de outros fatores tem estreita relação com o desempenho. Assim, parece sábio não levar a competição muito a sério.



Livres do estado de espírito combativo, não deparamos com oponentes - mas com pessoas como nós, irmãos e irmãs de treinamento, todos se empenhando para alcançar a excelência. Infelizmente, parece que para alguns dos treinadores mais "bem sucedidos" encaram a competição como uma guerra santa. Essa rivalidade intensa provavelmente motiva de fato alguns individuos e equipes, mas o que exige da mente e das emoções ?




O momento da Verdade em si, seja em exibições, seja na arena competitiva, pode servir de excitante estímulo à excelência. Mas o seu propósito se encerra quando a corrida chega ao fim. Uma vez fisgado o peixe, já não precisamos de anzol; terminada a competição, não precisamos pensar nos resultados, números ou estatísticas mortas. No entanto, equipes colegias e profissionais preservam os escores passados como borboletas postas em livros. Muitas pessoas se preocupam com números, estatísticas, títulos e vitórias.



Os atletas interiores se esquecem do resultado do jogo tão logo ele chega ao fim, mas se lembram de suas lições. Os atletas interiores exteriores aprendem poucas lições duradouras porque tendem a se apegar em demasia aos resultados.



Os atletas interiores não podem se dar ao luxo de ficar sonhando com o passado nem se desesperar por causa dele. A fama é fugidia e glória passageira. O único valor duradouro da experiência competitiva são as lições que assimilamos e mantemos vivas.



Em última análise, pouco importa se louvamos ou desprezamos a competição. O fato é que ela existe e tem leais seguidores. Se competimos, também temos que fazer o melhor, como faríamos em qualquer outro plano de vida. Porém os atletas interiores mantêm uma atitude positiva e cooperativa com relação a todos os jogadores, mesmo no auge da competição.




Na competição, teorias sobre como aprender a aprender - e sobre as leis natureza - podem parecer apenas vagamente relevantes ou interessantes, e o ginásio pode parecer antes o lugar de ação do que filosofia.



Os atletas podem estudar técnicas biomecânicas pelo tempo que quiserem; podem se esforçar como todo o afinco que desejarem; podem comer da melhor maneira que puderem. No final, serão os elementos mais sutis do talento - as qualidades invisíveis da mente e da motivação - que vão determinar os melhores atletas. O trabalho sempre vai ser um talento chave - no trabalho psicofisico, imbuído das qualidades do atleta interior, isso vai fazer a diferença. E se o aprendizado das lições da natureza e a percepção das qualidades do talento podem ajudar a desenvolver um campeão mundial, elas podem igualmente ajudar o seu desempenho, seja qual for o seu nível atual ou experiência.



Texto retirado "em partes" do livro de Dan Millman:
O Atleta Interior - Como atingir a plenitude do seu potencial físico e espiritual.
"Dentro de cada um de nós há um atleta natural esperando nascer"
( Dan Millman )
Dan Millman é indiretamente um dos meus inspiradores sobre os estudos de numerologia e amo muito todos os seus livros ! Milka Santos

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