terça-feira, 24 de março de 2009

O PORQUE DA ANSIEDADE - OSHO



Jesus disse:

É impossível para um homem montar em dois cavalos e esticar dois arcos; e é impossível para um servo servir a dois mestres, caso contrário, ele honrará um e ofenderá o outro. ( texto extraído do livro: A Semente de Mostarda - Osho )

Continuação:

Todo mundo já está montado em dois cavalos, todo mundo está esticando dois arcos - não somente dois, mas muitos. Eis como a angústia é criada; eis por que você está continuamente em ansiedade. A ansiedade mostra que, de algum modo, você está montado em dois cavalos. Como você estar à vontade? Impossível, porque os dois cavalos estão indo a duas direções diferentes e você não pode ir a lugar nenhum.

Com um cavalo, o movimento é possível, você pode chegar a algum lugar. Com dois cavalos, o movimento é impossível, eles negarão um ao outro e você não chegará a lugar nenhum. Lá no fundo, esta é a angustia: a vida está escorregando das suas mãos, o tempo ficanco cada vez menor e menor, a morte está chegando perto e você não está chegando a lugar nenhum. É como se você tivesse se tornado um poço estagnado, simplesmente ficando cada vez mais seco e morrendo. Não há nenhuma meta, nenhum preenchimento. Mas por que isso está acontecendo ? Porque você tem tentado fazer o impossível.

Tente compreender a mente, como ela funciona em você, então você será capaz de compreender o que Jesus quer dizer. Você quer ser tão livre quanto um pobre, porque somente um pobre pode ser livre.... ele não tem carga, não tem nada para proteger, você não pode roubá-lo. Ele é destemido. Você não pode arrancar nada dele, porque ele não tem nada: ele está à vontade; sem nada como posse, nada pode ser roubado dele. Ninguém é seu inimigo, porque ele, absolutamente, não é um competidor, ele não está competindo com ninguém.

Você quer ser tão livre quanto um pobre, como um mendigo, mas também quer estar tão seguro quanto um rico, tão incólume quanto um imperador. O rico está incólume, o rico está seguro, ele se sente enraizado. Aparentemente, ele tomou todas as providências, não está vunerável, tem proteções contra a morte, você não pode assassiná-lo muito facilmente, ele tem uma amardura. E você gostaria de ser tão livre como um mendigo e tão seguro como um imperador... então você está montado em dois cavalos e é impossível chegar a algum lugar.

Você ama uma pessoa, mas quer que a pessoa se comporte como uma coisa, completamente em suas mãos. Mas você não pode amar uma coisa, porque uma coisa é morta e não pode responder a você. Assim, se o outro é realmente uma pessoa, ele não pode ser possuído; é como o mercúrio: quanto mais você tenta mantê-lo em sua mão fechada, mais ele escapa - porque - ser uma pessoa significa ser livre. Se ele é uma pessoa, você não pode possuí-lo; se você puder possuí-lo, ele não mais será uma pessoa e você não será capaz de amá-lo. Então, ele é apenas uma coisa morta. Quem pode amar uma coisa morta ?

Você está montado em dois cavalos. Você quer uma pessoa como uma coisa, o que é impossível. Uma pessoa tem que ser livre e viva e, somente então, você pode amá-la. Mas, então, você acha difícil, você começa a possuir, e começa a matá-la; você a está envenenando. Se ela lhe permitir esse envenenamento, mais cedo ou mais tarde, ela será apenas uma coisa. Assim, as esposas tornam-se peças decorativas na casa, os maridos tornam-se guardas - mas o amor desaparece. E isso está acontecendo em todas as direções.

A dúvida existe em você, porque a dúvida tem seus benefícios: ela lhe dá um poder maior para calcular, ela lhe dá mais proteção, ninguém pode enganá-lo facilmente. Assim, você duvida - mas então, a dúvida cria ansiedade, porque lá no fundo você permanece desconfortável. A dúvida é exatamente como a doença. A menos que você confie, você não pode estar à vontade, porque a dúvida significa hesitação e hesitação é desconforto. Duvidar significa: "O que fazer ? isto ou aquilo ? Duvidar significa "Ser ou não Ser ?" - e é impossível decidir.

Nem mesmo um ponto a decisão é possível através da dúvida. No máximo, você pode decidir com a parte da mente que se torna majoritária. Mas a minoria está presente e ela não é uma minoria pequena. E como você escolheu contra a minoria, a minoria estará sempre procurando pela situação na qual ela possa dizer que você escolheu errado. A minoria está ali para se rebelar - ela é um tumulto constante dentro de você.

Com a dúvida há desconforto. Ela é uma doença, é exatamente como qualquer doença - é uma doença mental. Assim, um homem que duvida, torna-se cada vez mais doente. Mas você não pode enganá-la facilmente, porque ele é mais esperto, é mais hábil nos caminhos do mundo. Você não pode enganá-lo - mas ele está doente. Assim há um benefício - ele não pode ser enganado....mas há uma perda, uma grande perda. O benefício tem um enorme custo: ele permanece vacilante, desconfortável, ele não pode decidir. Mesmo que ele decida, essa decisão é apenas a maior porção decidindo contra a menor. Ele está dividido, há sempre um conflito.

Você também pode confiar. Você também quer fé, porque fé lhe dá saúde: não há nenhuma indecisão, você fica completamente certo. A certeza lhe dá uma felicidade: não nenhuma vacilação, você não hesita: você fica inteiro, não dividido - e inteireza é saúde. A confiança lhe dá saúde, mas, então, você se torna vulnerável, qualquer um pode enganá-lo. Se você confia, você está em perigo, porque há pessoas à sua volta que gostariam de explorá-lo, e elas podem explorá-lo somente quando você confia. Se você duvida, elas não podem explorar.

Assim, você está montado em dois cavalos, a dúvida e a fé - mas você está fazendo o impossível: você permanecerá constantemente em ansiedade e angústia, você irá deteriorar. Nesse conflito dos dois cavalos, você morrerá. Um dia ou outro, vai haver um acidente - esse acidente será sua morte: você estará acabado antes de ter chegado a qualquer lugar; estará acabado antes das flores chegarem; estará acabado antes de vir a saber o que é a vida, o que significa ser. O Ser terá Desaparecido.

Texto retirado do maravilhoso livro: A semente de mostarda de Osho - que eu adoro, virou um livro de cabeceira- irei postar a continuação do décimo discurso ( este ) posteriormente em outro post.

Aproveito, para validar no Universo meu agradecimento por ter passado na terra uma alma tão sábia quanto Osho - que vivendo e mesmo depois de ir do nosso meio deixou tão incrível legado sábio para qualquer ser humano ler, aprender e viver melhor.

Onde quer que esteja a alma de Osho, Namastê.

Milka

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